Diagnóstico e controle da hanseníase, no interior do Amazonas, vão ganhar reforço da Telemedicina

Diagnóstico e controle da hanseníase, no interior do Amazonas, vão ganhar reforço da Telemedicina O diagnóstico e controle da hanseníase, no interior do Amazonas, vão ganhar o reforço da Telemedicina. O projeto, do Governo do Estado, deverá começar por Parintins e Lábrea. Nesta quinta-feira (17), técnicos da Fundação Alfredo da Matta (Fuam) e do Núcleo de Telessaúde da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) estarão em Parintins, para discutir com a prefeitura do município (distante 325 quilômetros da capital) a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica nesse sentido. O acordo viabilizará a implementação de um ambulatório de teledermatologia voltado, principalmente, para os casos de hanseníase.

 

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, o objetivo das parcerias é ampliar a capacitação de profissionais para o diagnóstico da hanseníase, por meio do recurso das teleconferências e, também, monitorar os casos da doença, com o apoio de uma segunda opinião à distância, alternativa propiciada pela Telemedicina.

 

O projeto tem financiamento da Fundação Novartis e a participação da organização não-governamental Fundação de Controle da Hanseníase (Fundhans), que também enviarão representantes à reunião em Parintins. O diretor técnico da Fuam, Luiz Cláudio Dias, salienta que a Telemedicina já vem sendo utilizada com sucesso pelo Governo do Estado em áreas como a cardiologia, angiologia e outras especialidades e que os projetos-piloto com Parintins e Lábrea serão importantes para viabilizar as teleconsultas também na área de dermatologia.

 

O Amazonas já esteve em 1º lugar no ranking nacional da hanseníase. Atualmente, ocupa a 17ª posição. Entre 2003 e 2012, a detecção de casos novos da doença no Estado registrou queda de 76%. É muito importante continuarmos avançando no controle da hanseníase e a qualificação do diagnóstico, sobretudo no interior do Estado, onde o acesso da população aos serviços de saúde tem muitas especificidades, é fundamental para o alcance desse objetivo, diz Luiz Cláudio Dias.

 

O diretor técnico da Fuam explica que o projeto da teledermatologia prevê, além do envolvimento do Governo do Estado e das prefeituras, a participação dos organismos de controle social, como é o caso dos conselhos municipais e do movimento de reintegração dos hansenianos (Morhan). Este é um componente muito importante do projeto, que prevê o que classificamos de empoderamento dos representantes do controle social, a fim de que eles contribuam com o acompanhamento das ações de controle da hanseníase, afirmou Dias.

 

Em 2012 foram detectados 606 casos novos de hanseníase, no Amazonas, dentre os quais 400 (66%) no interior e 206 (34%) na capital. Em 2011, foram notificados pela Fundação Alfredo da Matta, 329 casos de hanseníase, destes 256 (77,5%) foram casos novos. Estes equivalem a 43,7% dos casos notificados no Estado. Luiz Claudio destaca que o aumento no número de casos novos registrados, em 2012, deve-se à melhoria das ações notificação e monitoramento.

 

A doença – A hanseníase é uma doença que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. A doença é transmitida por meio das vias respiratórias tosse e espirro, de uma pessoa doente que ainda não recebeu tratamento medicamentoso. A detecção da doença se dá via exame de pele. Os sinais da doença são: manchas no corpo, caroços, dor e sensação de choque e fisgadas ao longo dos nervos.