Hanseníase e diabetes – Novo protocolo de atendimento para úlceras

 

Policlínica do Governo do Estado adota novo protocolo de atendimento, que aumenta cicatrização de úlceras, em casos de hanseníase e diabetes      

Um novo protocolo de tratamento, que está sendo coordenado pela Policlínica Antonio Aleixo, do Governo do Estado, vem reduzindo o número de cirurgias (inclusive de amputações) e aumentando os casos de cicatrização de úlceras crônicas decorrentes de Hanseníase e Diabetes, em pacientes acompanhados na rede pública de saúde do bairro Colônia Antonio Aleixo, zona Leste de Manaus. Os primeiros resultados do novo processo foram apresentados durante reunião ocorrida no Centro de Reabilitação da policlínica, uma das unidades de referência da rede estadual de saúde, no tratamento de úlceras hansênicas de alta complexidade.

 

O secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, explica que o novo protocolo começou a ser idealizado em 2010 e sua implantação teve início em 2011. O processo incluiu um período de treinamento da equipe da Policlínica, ministrado por técnicos do Ministério da Saúde, em Manaus. Esta equipe inicialmente capacitada atuou como multiplicadora e fez o treinamento dos profissionais das demais unidades de saúde do bairro. Além da Policlínica, a Colônia Antonio Aleixo conta, ainda, com os hospitais Geraldo da Rocha e Chapot Prevost e três Unidades Básicas de Saúde, estas últimas administradas pela Prefeitura de Manaus.

 

Wilson Alecrim destacou que o sistema público de saúde tem empreendido esforços para prevenir o surgimento de novos casos de Hanseníase e para assegurar que os pacientes diagnosticados com a enfermidade recebam tratamento e sejam curados. Mas é preciso, também, cuidar daqueles pacientes que convivem com as sequelas da Hanseníase. Nesse aspecto, o trabalho que vem sendo coordenado pela Policlínica Antonio Aleixo é exemplar, afirmou o secretário.  

 

Segundo levantamento realizado pela Policlínica, na Colônia Antonio Aleixo vivem cerca de 500 pessoas vitimadas pela Hanseníase, que não são mais portadoras da doença, mas ficaram com sequelas da infecção. Destas, aproximadamente 200 convivem com feridas crônicas, que exigem tratamento permanente. De acordo com o diretor da Policlínica Antonio Aleixo, José Cesar de Carvalho, 82% desses pacientes estão acima dos 50 anos e contraíram a Hanseníase entre as décadas de 40 e 70. As úlceras cutâneas são uma importante complicação em Hanseníase. Elas se constituem em porta de entrada para infecções que podem se agravar e conduzir o paciente a complicações graves e até mesmo à amputação. Nosso foco é no tratamento, mas trabalhamos fortemente, também, a prevenção dessas feridas, diz José Cesar. 

 

A formatação do novo protocolo de tratamento das feridas crônicas nas unidades de saúde da Colônia Antônio Aleixo incluiu um minucioso processo de observação dos critérios que eram considerados na classificação das feridas (pelo grau de gravidade), dos procedimentos adotados para realização dos curativos e dos resultados obtidos com os medicamentos então utilizados. O objetivo era identificar a necessidade de revisão de critérios, substituição de técnicas e de medicamentos, explica Cesar. Foi o que fizemos e, hoje, seguramente temos um processo mais eficiente e eficaz, inclusive com o registro de 26 úlceras hansênicas cicatrizadas e a redução de aproximadamente 50% de casos que precisaram de encaminhamento para cirurgia, acrescenta o diretor da Policlínica.  

 

Reinserção social  A equipe multidisciplinar da Policlínica Antonio Aleixo é formada por médicos (de várias especialidades, como cardiologia, dermatologia e ginecologia), fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, dois cirurgiões ortopédicos e assistentes sociais.

 

Pacientes atendidos no Centro de Reabilitação anexo à unidade, que tenham dificuldades de locomoção, contam com um serviço de traslado em veículo do tipo Van (doado pelo Fundo de Promoção Social, presidido pela primeira-dama do Estado, Nejmi Aziz,). Esse serviço atende pacientes com sequelas da Hanseníase e pessoas com deficiência. Também é utilizado nas atividades de reinserção social desses pacientes, que são programadas e acompanhadas por nossas equipes, destacou o diretor